Piscicultor de Paraguaçu, em Minas Gerais, inventa sistema simples, barato, eficiente e de alta praticidade na distribuição de ração aos peixes
Texto Gustavo Laredo
Ilustração Filipe Borin
Criar peixes nem sempre é uma tarefa fácil para agricultores familiares. A distribuição da ração nos tanques-rede de um açude precisa ser feita com a ajuda de um pequeno barco ou por meio da construção de pontes, o que encarece e dificulta a produção. O produtor Wilson Jovino de Freitas cria tilápias desde setembro de 2007 em Paraguaçu, MG. No início, a criação era extensiva - os alevinos eram soltos no açude e deixados à própria sorte, tornando-se presas fáceis para aves, anfíbios e outros peixes. A falta de controle na alimentação só dava prejuízos. Para não ficar de bolsos vazios, Freitas investiu na montagem de tanques-rede. Só que aí esbarrou em outro problema: era preciso um barco para distribuir a ração em cada tanque. Cansado das perdas, ele pegou um cano de PVC e criou um canal por onde o alimento deslizava até chegar aos peixes. Em apenas duas semanas, lá estava ele com a ideia pronta e já colhendo benefícios. Na fase de testes, a maior dificuldade foi acertar o ângulo de inclinação do cano para que a ração deslizasse facilmente e caísse no tanque. Foi preciso testar também a altura do alimentador em relação ao solo, para não apenas permitir um fácil manuseio como fazer com que o cano ficasse abaixo da tela superior do tanque e evitasse que a ração fosse comida por pássaros e outros peixes. Segundo Irai Ferreira de Souza, extensionista da Emater de Paraguaçu, o alimentador ajuda a exploração da piscicultura por agricultores familiares, pois, além de não haver necessidade de barcos e pontes, o custo de mão de obra é reduzido. 'É um equipamento que pode ser usado por toda a família', afirma. Sem falar que ele também pode aumentar a renda da propriedade, com a venda do excedente da produção. É importante que os tanques não ultrapassem 8 metros cúbicos de volume e fiquem próximos à margem do açude. O alimentador é individual, servindo para cada tanque-rede, mas o custo é baixo, pois, com exceção do cano de PVC, todos os outros materiais podem ser adquiridos na propriedade.
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Texto Gustavo Laredo
Ilustração Filipe Borin
Material • 1 cano de PVC de 6 polegadas de diâmetro e cerca de 8 metros de comprimento. Esse tamanho pode variar, dependendo da distância do tanque-rede à margem. O cano, porém, deve ter diâmetro mínimo de 4 polegadas • 1 ripa de madeira de cerca de 2,20 metros de comprimento • 1 gancho pequeno • 1 embalagem plástica grande com gargalo. Não utilize vasilhas de óleos lubrificantes ou agrotóxicos • 1 joelho de 60º • 1 pedaço de arame fino e liso • 1 lixa
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