Do GG ao pp

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Aprenda a emagrecer reduzindo o número de sabores no prato


Você sabe por que a gente não resiste a certos cheiros, a certos gostos, a certas texturas dos alimentos e acaba caindo em tentação?

Que tal um delicioso bife com batatas fritas para o jantar? E que tal o mesmo prato passado no liquidificador? Por que não, se o gosto é exatamente o mesmo?

Culpa do cérebro. O sabor da comida é, na verdade, uma criação do cérebro, construída a partir da combinação de gostos, cheiros, temperaturas e texturas.

Os gostos reais são poucos. Sete ao todo: água, doce, salgado, azedo, amargo, oleoso e um tal de umami, que é o sabor das proteínas. Carnes, mas também tomate e queijo são exemplos de gosto umami.

O sinal do que está entrando no corpo vem para a ínsula, que identifica o gosto da comida. E para o hipotálamo, que entende o sinal e já vai preparando a digestão. Mas o sabor mesmo do alimento depende da atividade do córtex órbito-frontal, que recebe ao mesmo tempo informações sobre o gosto, o cheiro, a temperatura e a textura do que está na boca. O que chamamos de sabor é o resultado de tudo isso.

Essa é a razão pela qual o sabor de um bife com batatas fritas com textura de bife com batatas fritas não é o mesmo de uma papa feita com eles. Além de representar o sabor da comida, o córtex órbito-frontal também sinaliza o quanto gostamos dela. E faz outra coisa igualmente importante: nos ajuda a parar de comer.

Os neurônios que representam cada sabor específico nessa parte do cérebro vão ficando "cansados", conforme uma mesma comida vai passando pela boca, e assim, nós perdemos a vontade de comer mais do que tem aquele sabor.

Mas não perdemos a vontade de sabores diferentes. Por isso, por mais que você não queira mais do bife, sempre haverá espaço no seu cérebro para a sobremesa. Que perigo!

Mas, calma, a neurociência pode ajudar com dicas para quem quer comer menos. Para cumprir a promessa de Ano Novo de comer menos e emagrecer, experimente duas atitudes. Primeira: reduzir o número de sabores no seu prato. Ao invés de pegar um pouquinho de cada coisa, capriche no arroz, feijão e salada e dispense o resto. A segunda é mastigar bem.

Com a comida demorando na boca, dá tempo aos neurônios do córtex órbito-frontal de “cansar” daquela comida. Sua avó bem que tinha razão quando dizia para você mastigar direito.