Veja a íntegra da entrevista com a cantora Lady Gaga
A estrela do pop internacional falou sobre fama, sucesso e música.
“Gosto de ser reconhecida como as duas coisas: uma boa cantora pop e uma boa compositora também - para mim foi interessante poder crescer como artista junto com o público”
“Não foi sempre assim... Há apenas alguns anos, o trabalho dos artistas eram bem mais contidos. Não havia internet, e a mídia era menos invasiva. O próprio jornalismo era meio diferente, assim, hoje, de alguma maneira eu sinto que estou na minha infância e estou crescendo junto com o público. Eu tento transformar isso numa experiência positiva - e tem sido ótimo!”
“Eu acho que tinha sim um espaço aberto para um chamado de liberação - um pouco de escapismo. E isso é minha arte - minha arte é de liberação. Assim, tudo - as músicas, os vídeos, as roupas que uso - tem um pouco de ilusão de algo que não é real... Como uma história, um universo alternativo surreal - e é para esse lugar que eu quero levar meus fãs!”
“É meu estilo de vida de verdade. É assim que funciona nos meus shows: meus fãs vêm e são transportados para um outro lugar”
“Tudo veio de uma maneira orgânica - faço tudo de maneira orgânica e eu já era uma artista performática quando morava em Nova York - isso já por volta dos meus 19 anos, quando eu comecei a me interessar por isso. Antes eu gostava de uma música meio "hippie"...”
“Mas é calculado sim, no sentido de que eu penso muito sobre o trabalho - eu estudei história da arte, também estudei música e sempre toquei piano. Assim, quando eu escrevo músicas pop, eu as componho dentro de uma estrutura musical bem específica. Mas é porque eu sei onde os acordes têm que entrar, quando uma música tem que "punch" e quando têm que abrir um pouco...”
“Acho que esse é o meu talento: criar e liberar trabalhos que se encaixam num método de arte pop bem específico”
“A simplicidade é o que faz minhas músicas universais, fáceis de cantar junto. Os Beatles, por exemplo, se você parar para ouvir, tem essa simplicidade para quem ouve - mas se você tem um bom ouvido de músico, percebe que eles estão mudando os tempos e as frases sonoras o tempo todo - é bastante complicado... Só parece simples...”
“Quando eu era mais jovem eu simplesmente gostava de ouvir as músicas - e isso que é tão bacana com relação à música: você não precisa entender nada para apreciar, aliás, isso vale para qualquer arte: você não precisa saber nada sobre Picasso para gostar de Picasso. Mas se é você que está criando arte, você tem que saber o que está fazendo”
“Quando eu entrei nesse mercado da música comercial, eu percebi que tinha talendo para me expressar de mais de uma maneira - e tudo bem...”
“Quando você sai do circuito alternativo, que tem muitos artista cheios de talento, e cai num circuito mais comercial, que é mais direto, mais focado, acho que eu me toquei que sempre fazia vídeos e curta metragens; eu sempre fazia minhas roupas, criava meus shows - por que não fazer isso também agora? Quem disse que eu tenho que sucumbir a uma fórmula ou a uma idéia só...”
“Levou um certo tempo, foi preciso que eu encontrasse as pessoas certas e ao mesmo tempo manter meus amigos criativos perto de mim para me sentir confiante de fazer tudo que e queria. Cada video ou apresentação que eu faço, quero ter certeza de que minha visão é realizada”
“Para o VMA’s, eu disse: quero sangrar até morrer por quatro minutos”
“Bem, eu e meus amigos - a gente se fecha num quarto como esse, jogamos imagens. Eu estava olhando para as coisas de Frida Khalo - o coração que sangra...”
“A música chama-se ‘Paparazzi’. Superficialmente, se você não presta atenção na letra, pode apenas imaginar sobre o que ela fala, de uma maneira mais esterotipada. Mas meus fãs de verdade sabem que é sobre obsessão e sobre a arte da fama, como as celebridades comandam as câmeras - e a maneira como os paparazzi sã obcecados com fama, como o público é obcecado pela fama. Mas é também sobrea obsessão por alguém que você ama e seguir alguém que se gosta da mesma maneira como as câmeras seguem as pessoas famosas”
“Eu queria que aquela performance fosse uma espécie de ironia, de piada - e um questionamento: a fama está matando as celebridades, ou a fama está nos matando? E que momentos nós não estamos vendo?”
“Hoje em dia, os paparazzi tiram fotos radicais - selvagens! - você está vendo alguém num dos melhores momentos de sua vida... Isso é registrado e corre o mundo... Mas quando Marilyn Monroe morreu, ninguém tirou essa foto”
“Claro que sim. Mesmo a princesa Diana morreu - você viu um pouco das imagens do acidente, mas você nunca viu ela morrendo - e isso que eu quero dizer”
“Não fique tentando ver minha queda, parem de tentar olhar para nossas falhas. Nem pense em imaginar como lady gaga ficaria se ela fracassasse - elas seria alguma coisa assim...”
“As pessoas dizem... Lady gaga é só o que ela veste... E eu digo, sim! Mas minhas roupas sangram também... Como eu...”
“Eu sou música e sou uma artista. Fazer sempre a mesma música é chato. Acho que repetir uma canção sempre, martelando ela na cabeça das pessoas funciona... Mas infelizmente, com a internet hoje em dia, se eu faço uma coisa na alemanha um dia, todos meus fãs nos estados unidos ficam sabendo - por isso eu não posso repetir a mesma performance várias vezes, se não eu me torno monótona - e eu tenho idéias o suficiente para mudar sempre, então eu fico sempre variando”
"’The monster ball’, minha próxima turnê, vai ser um dos shows mais excitantes que já aconteceram!”
“O que nós fizemos é um palco que é... Bom, imagine uma caixa, uma moldura, que é do tamanho do próprio palco - todas as dimensões são enormes e se encaixa direitinho no palco - e oco no fundo. Então, quando você olha bem de frente, parece que está dentro de um diamante - uma perspectiva forçada”
“Isso força você a olhar para a tela de vídeo dentro do palco - e não nas laterais com geralmente acontece nos shows convencionais, apenas com imagens que as câmeras querem que você veja. Você tem que olhar dentro do show”
“O tema do show é "evolução" - então eu começo como uma célula, e vou crescendo e mudando ao longo do show - e enquanto eu estou crescendo, cantando as músicas dos meus dois discos, eu vou duelando com todos os meus monstros...”
“É uma turnê mundial que você está planejando?
- sim
- vai passar por todo lugar?
- sim, aliás, eu acabo de saber que vendemos todos os shows no mesmo espaço em que michael jackson faria seus shows em londres em apenas 30 minutos
- imagino que você ficou feliz...
- eu chorei!”
"’The fame monster’ é um disco novo - e é meu segundo álbum... E acho que quero lançar o terceiro no ano que vem!”
“Não acho que é justo, seria injusto com você se eu tivesse sido legal com as dezesseis pessoas com quem eu falei hoje e aí, na sua vez... Eu dou uma entrevista "meia boca" - você esperou o mesmo que todos...
- isso é um elogio, não uma crítica...
- eu sei, mas não queria ser injusta com você”
Paparazzi passam dos limites', diz Lady Gaga
A cantora começou a aparecer para o grande público no final do ano passado, mas foi em 2009 que ela estourou no mundo todo.
Há pouco mais de um mês, em Washington (Estados Unidos), não muito distante da Casa Branca, a mulher falava alto com o presidente Barack Obama. Ela cobrava direitos dos homossexuais, em um encontro pela igualdade - e encerrou dizendo: “Abençoado seja Deus, abençoados sejam os gays”.
Será que ela está procurando confusão ou ela só quer fazer as pessoas dançarem? Ou quem sabe as duas coisas?
Imagina que o mundo da música pop está meio parado, de repente aparece uma artista bem loira, com o visual bem diferente e com uma música bastante dançante que conquista o mundo todo. Você deve achar que eu estou falando de Madonna nos anos 1980, mas nós estamos quase na segunda década do terceiro milênio e o nome da artista é Lady Gaga. É ela quem fala com o “Fantástico” agora.
“Quando eu entrei nesse mercado da música comercial, eu percebi que tinha outros talentos - para me expressar de outras maneiras e fui em frente”, diz.
E como. Lady Gaga começou a aparecer para o grande público no final do ano passado, mas foi em 2009 que ela estourou no mundo todo - e a música "Paparazzi" tem tudo a ver com isso.
“Não é uma letra superficial: meus fãs de verdade sabem que é sobre a arte da fama, como as celebridades atraem as câmeras - e como os paparazzi e o público são obcecados por isso. Falo também sobre a obsessão por alguém quem você ama, que você segue como as câmeras seguem as pessoas famosas. A fama está matando as celebridades, ou a fama está nos matando?”, ela pergunta.
“Hoje em dia os paparazzi passam dos limites. Quando Marilyn Monroe morreu, por exemplo, ninguém tirou essa foto. Hoje ela seria tirada, claro. Mesmo quando a Princesa Diana morreu, você viu as imagens do acidente, mas você não viu ela morta, mas hoje em dia, acho que seria diferente”, diz.
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Aos 23 anos, e com o mundo dançando suas músicas, Lady Gaga lança seu segundo disco: mais uma prova de seu talento como compositora, uma vocação que começou 4 anos de idade, quando começou a estudar piano. “Acho que esse é o meu talento: criar e liberar canções que encaixam na arte pop”, aponta.
Se tiver um pouco de provocação, melhor. Gaga começou a chamar a atenção ainda adolescente no circuito alternativo em Nova York - e logo foi adotada pelo público gay. Uma trajetória não muito diferente da própria Madonna, que já insinuou que ela é sua herdeira. Brincando com isso, as duas se juntaram recentemente num programa humorístico da TV americana, numa briga de mentirinha.
Mas Lady Gaga quer ir além do humor com sua música : “Eu senti que havia um chamado de liberação - que as pessoas queriam um pouco de escapismo. e minha arte é sobre isso. Músicas, vídeos, as roupas que uso - tudo tem um pouco de ilusão, de algo que não é real como num universo alternativo surreal - e é para esse lugar que eu quero levar meus fãs”
Os fãs do mundo inteiro, claro, já aceitaram o convite. Se você é um deles, não deixe de conferir mais dessa entrevista com Lady Gaga no nosso site.