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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ingrediente presente no curry pode matar células de câncer


Mas os médicos alertam que as pesquisas ainda não provaram a eficiência da substância em pacientes que têm câncer.

Agora existe mais uma razão para curtir, com moderação, um tempero forte. Uma pequisa divulgada esta semana prova que o ingrediente daquele tempero indiano, o curry, pode matar células de câncer.

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Os fãs do curry já sabem da novidade e, por isso, querem mais. “De vez em quando comprava para temperar o frango. Agora, vou passar a usar mais”, diz um senhor.

A boa notícia veio de uma universidade irlandesa nesta semana. Uma das substâncias usadas no preparo desse tempero é capaz de matar células de câncer de esôfago, o canal que conduz os alimentos até o estômago.

A substância se chama curcumina. Ela está na raiz de uma planta, chamada cúrcuma. A curcumina em pó é um dos ingredientes do curry, junto com cominho, pimenta, feno grego, coentro.

E aí vem uma segunda boa notícia sobre esse tempero. “Como nós não estamos acostumados a usar, ele parece um tempero diferente, caro, e não é. Na verdade, ele é barato e é uma coisa muito comum em outros países”, afirma a professora de gastronomia do Senac Luísa Keuper.

O curry até tem nome em português que é mais usado lá em Portugal: caril. Curry ou caril, ele ganhou o Ocidente a partir da culinária indiana, mas também é muito apreciado no Japão e na China.

Nesses países, a incidência de câncer de esôfago é pequena, diz a cientista Geraldine Coyne, que participou da pesquisa.

Agora, o estudo prova que a curcumina é capaz de matar células cancerosas em apenas 24 horas e também faz com que as células de câncer ataquem e destruam umas as outras.

“Existem hoje cerca de 280 estudos publicados falando sobre o papel da curcuma ou da curcumina como um potencial agente contra o câncer ou contra processos inflamatórios”, ressalta o Dr. Daniel Herchenhorn, chefe do serviço de Oncologia Clínica do Instituto Nacional do Câncer.

Mas as pesquisas ainda não provaram a eficiência da curcumina em pacientes que têm câncer. O estudo irlandês foi feito com células isoladas em laboratório.

“Os estudos clínicos, que mostram se o paciente melhora ou não com o tratamento, ainda são muito raros, são muito pequenos e, com certeza, não permitem uma recomendação formal desse tipo de substância”, destaca o Dr. Daniel Herchenhorn.

Além disso, a ciência ainda está tentando descobrir como a curcumina pode ser absorvida pelo corpo e entrar nas células para realmente funcionar como medicamento.

“Quando você ingere a substância, você não sabe o quanto dela vai ser absorvida. Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é que você não consegue fazer com que ela permaneça muito tempo na circulação. Ela é rapidamente ligada a outras proteínas e ela é eliminada. Então, ela provavelmente não chega aonde ela tem que chegar”, explica o médico.

Portanto, ainda não dá pra achar que basta comer comida com curry para se curar de uma doença.

“Qualquer suplemento, seja ele alimentar, seja ele na forma de vitaminas, não substitui o tratamento que deve ser feito para a doença do paciente”, completa o médico.