Do GG ao pp

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Como anda sua saúde?

Trabalho, reunião, telefonemas, trânsito, compromissos, marido, filhos, escola, natação, balé, pediatra, dever de casa, dentista, aniversários, farmácia, supermercado, cardápio semanal, arrumação da casa, leitura, cuidados pessoais...

Para tudo! (agora sem acento!) Quando foi a última vez que você fez um check-up? Saberia dizer como anda a sua saúde?

Meu alerta vai para aquelas mães que, como eu, pensam que suas mãos desenvolveram poderes sinestésicos após a maternidade e se julgam capazes de reconhecer o mais leve aumento de temperatura de seus rebentos.

Aquelas que sabem de cor e salteado o calendário de vacinação e o mantêm rigorosamente em dia. Que levam seus filhos ao pediatra, ao fonoaudiólogo, ao dentista, ao nutricionista, ao oftalmologista, se preciso, e tantos quantos “istas” seu plano de saúde cobrir ou couber em seus bolsos, mas que não conseguem arrumar tempo para observar as alterações em sua própria saúde.

E você? Faz parte desse grupo? Tem dedicado algum tempo para verificar como anda a sua saúde?

Ao levar minha filha mais velha à endocrinologista, para acompanhamento de seu crescimento, resolvi marcar uma consulta para mim também. Minha preocupação era o sobrepeso moderado em que eu me encontrava. Desde o nascimento de minha filha caçula, há quase quatro anos, já se somavam oito discretos e incômodos quilinhos.

Frustradas as tentativas de emagrecimento pelos meios convencionais, resolvi apelar. Qual não foi a minha surpresa ao verificar no resultado dos exames uma disfunção da tireóide conhecida como tireoidite de Hashimoto ou tireoidite linfocítica auto-imune.

Há alguns dias eu não saberia localizar a tireóide no corpo humano se me perguntassem. Agora, já descobri o suficiente para saber que o assunto é sério e repercute em muitos outros órgãos, como coração, rins e cérebro.

A tireóide é responsável pela produção dos hormônios T3 (triodotironina) e T4 (levotiroxina), substâncias reguladoras do metabolismo.

Os sinais estavam ali e eu não percebi.

A constante queda de cabelos eu julgava resultado da fase pós-gestacional ou dos longos períodos de amamentação. A que menos mamou aqui em casa, mamou um ano. Brincadeiras à parte, se eu tivesse nascido vaca, daria muito lucro ao meu dono.

As unhas fracas e quebradiças eu mantinha curtas e lixadas. Afinal, pra que uma mãe precisa de unhas à Merily Monroe?

Os quilinhos a mais bem poderiam ser resultado de uma vida mais sedentária. E quando mudei do manequim 38 para o 40, só me vinha à cabeça a desculpa de que agora eu tinha duas filhas. Meus quadris enlanguesceram, caramba!

Fora isso, percebi umas tonturas, uma ou outra crise de labirintite, alguma perda auditiva, comprovada em exames específicos e uma intolerância ao frio que só descobri quando viajei a lugares com temperaturas abaixo de zero. Meus joelhos travaram e minhas articulações doíam como eu nunca havia sentido antes.

Isso para não falar de um cansaço incômodo, sono em excesso e uma indisposição que não me era típica.

Os sintomas de alteração na tireóide são sutis e podem muito bem ser confundidos com o stress do dia-a-dia ou alimentação de má qualidade. Muitas vezes as pessoas não se dão conta de seus efeitos até porque eles vão aparecendo devagar e vão evoluindo gradativamente. Muitos até, como acredito ser o meu caso, não apresentam todos os sintomas evidentes.

Graças a Deus isso tem tratamento e não há risco de complicações futuras, caso a medicação seja tomada corretamente, ao contrário do que ocorre com o diabetes.

Fica o alerta. Lembram aquele exemplo que eu já citei sobre as instruções de segurança antes de cada voo? É preciso colocar a máscara primeiro em si mesma, para só depois colocá-la na criança ao lado.

Que tal dedicar um tempinho em sua agenda apertada para observar como anda sua rotina, seu sono, seu metabolismo. Se perceber algo diferente, não deixe de marcar uma visitinha ao seu médico.

É preciso estarmos bem para bem cuidarmos da nossa família. Ou quem fará isso por nós?



Imagem: Folha on line
ATUALIZAÇÃO
Epalelê... A Lidiane do Bicha Fêmea me puxou as orelhas, com toda razão: "Independentemente de ser mãe ou não, temos mesmo que nos cuidar."
Tá certíssima, Lidiane! Não é só mãe que esquece de cuidar da própria saúde. Nós, mulheres em geral, temos essa mania de cuidadoras do mundo e acabamos nos colocando no final da fila. Vamos mudar isso, gente!