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domingo, 14 de junho de 2009

A cama fica escondida

A cama fica escondida

Durante o dia, este apartamento exibe uma sala aconchegante. À noite, ela se transforma num confortável quarto. A reforma conquistou ambientes multiúso e a marcenaria, bem explorada, fez render cada centímetro – tem até home theater e closet.



Existe apenas uma porta neste apartamento de 50 m². “Demoli quase todas as paredes internas e resolvi demarcar os espaços com painéis de madeira”, explica a arquiteta Regina Adorno. Um deles, giratório, abriga equipamentos de home theater e separa a área da cozinha. O outro painel delimita home office, banheiro e closet, além de esconder uma cama retrátil. Foram necessários cinco meses de reforma para o imóvel convencional, de dois dormitórios, mudar de cara. No novo espaço, multiúso, o proprietário, um executivo recém-separado, recebe as filhas de 10 e 12 anos nos fins de semana. Quando elas chegam, ocupam o sofá-cama. “Disputamos partidas animadas de videogame. O apartamento vira um playground”, conta o morador. “O trunfo do projeto é proporcionar a boa circulação numa área reduzida.”

Casa Claudia desse mês também publicou um apartamento de 70 m² com cimento queimado nas paredes e apartamento de 71 m² com armário dupla face.

O painel, de 2,40 m de altura x 1,60 m de largura x 16 cm de profundidade, abriga a TV de 42” e o equipamento de home theater. Ele gira sobre um eixo, até 180 graus. A fiação, embutida numa tubulação, é acessível por uma porta atrás do móvel.
1 - Cama retrátil A marcenaria de MDF laminado no padrão nogueira (2,40 m de altura x 4,30 m de largura) conta com dois criados-mudos, uma prateleira com porta e a cama, que possui ferragens especiais (Hafele), semelhantes a um pistão. Durante o dia, ela fica imperceptível, embutida (atrás dela, na superfície de madeira, foram fixados quadros com fotos de Rômulo Fialdini. O tapete é da Dargham Home). Este painel e o que comporta a TV foram desenhados pela arquiteta Regina Adorno.
Quanto custa: 15,7 mil reais, os dois painéis, na Marcenaria Deck.
2 - Canto de trabalho Revestido de laminado preto, apresenta bancada, prateleiras e armário. É integrado à zona do banheiro e do closet, porém setorizado pelo piso cimentício (placas de 1 x 1 m, da Castelatto).
3 - Banho à vista Fechado com vidro, o boxe ganhou um espelho dupla face, utilizado também por quem está diante da bancada de limestone, localizada em frente a ele. Há porta somente no ambiente que isola o vaso.
4 - Closet no corredor O laminado branco contribui para clarear o corredor, de 1 m de largura e 2,50 m de comprimento. No piso, réguas de cumaru cobrem a área do closet e do banho (no boxe, foi instalado um deque da madeira).
5 - Listras na parede A arquiteta paginou o desenho no computador e aplicou tinta acrílica de tons de cinza, branco e preto, em listras de espessuras diferentes (5, 18 e 23 cm). “É um recurso barato que causa efeito de movimento e profundidade.”
6 - Bancada de limestone A pedra, com resina impermeabilizante, estende-se ao frontão de 25 cm de altura. Quanto custa: todo o revestimento de limestone baiteg blue usado neste apartamento (bancada da cozinha e do banheiro, parede do boxe) saiu por 4,8 mil reais na Marmoraria Mont Blanc. A empresa cobra 400 reais o m2 do material.
Nem só os grandes painéis de madeira delimitam os ambientes. A iluminação também assume essa função, além de criar cenários. Marcam presença mangueiras de luz embutidas em sancas, dicróicas, pendentes no teto e até uma arandela no boxe.



RENOVAR: Casa gostosa, moradores felizes

Nas matéria a seguir, você confere as histórias de quem ousou mudar o visual dos ambientes. Alguns encararam o quebra-quebra, outros preferiram mexer apenas na roupagem dos móveis e trocar objetos e acessórios. Todos, no entanto, têm uma certeza: a vida ganhou outro sabor depois destas transformações.



Sala reabilita os móveis antigos
O decorador Fernando Piva conquistou carta-branca para remodelar a sala deste apartamento em São Paulo. "Confiei no bom gosto dele", diz a dona, Maria Luiza Fakhoury, que garante ter se emocionado quando viu o resultado. Em dois dias, Piva forrou a parede com retalhos de papel, definiu uma nova distribuição para os móveis, supervisionou a colocação das cortinas e capas nas almofadas do sofá. Anteriormente, já havia definido os tons da cartela de tecidos: cru, rosê, vinho, verde e mostarda. Para as cadeiras francesas, herança da avó de Maria Luiza, escolheu um chenile mesclado, que atualizou o conjunto. O sofá também foi renovado com capas de changeant, um tecido com brilho, e arremate de pesponto duplo. "Voltado para a entrada, o sofá agora convida a sentar", diz o decorador. "A sala de 26 m2 parecia acanhada porque concentrava toda a mobília do lado direito."

DESTAQUE - O painel de retalhos de papel de parede (Wallpaper) combina diferentes texturas e tons - da mesma gama da dos tecidos. A ordem foi definida no local depois de se prender cada pedaço com fita crepe. Um colocador finalizou o serviço.

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Fernando Piva e Maria Luiza.
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Sala antes da reforma.
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A mesa de centro, com objetos da Conceito...
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Foco nos vasos de Jonathan Adler (Benedixt).

Cozinha inaugura outra distribuição
"Queremos uma cozinha sem armários convencionais e com jeito de sala." Esse foi o pedido do casal à arquiteta Paula Bittar, contratada para projetar e executar a reforma deste apartamento dos anos 70. Paula começou, então, eliminando a parede entre esse ambiente e a copa. No quebra- quebra, descobriu um pilar, que não podia ser removido. "Decidi encostar ali o fogão, criando uma espécie de ilha", revela a profissional. Nas costas do equipamento, reservou um canto para refeição e enobreceu toda a área com tacos de amêndola, o mesmo piso das salas. Apenas a parte molhada recebeu porcelanato e um frontão de silestone de 40 cm de altura, material repetido na bancada. Nas paredes, usou tinta acrílica antimofo. A cor cereja foi resolvida depois de muita conversa com o casal. "Ela queria armários coloridos, mas ele achou que ficaria cansativo", conta a arquiteta.

DESTAQUE - O armário sem puxadores ganhou uma pintura gofrato sobre o MDF e três nichos para arejar o bloco de 4,40 m de comprimento. A altura de 1,95 m foi determinada pela viga no teto. O módulo sobre a geladeira armazena bandejas.

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Cadeiras atrapalhariam a passagem...
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Uma caixa de gesso esconde a tubulação...
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Planta da cozinha antes da reforma.
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Planta da cozinha após a reforma.

Quarto bonito, sem quebra-quebra
Faltavam charme, cortinas e aconchego neste ambiente, de 14 m2, de um apartamento com vista para a cidade de São Paulo. Amiga do dono, a arquiteta Zoé Gardini sugeriu uma transformação geral, a começar pelas paredes, com quinas arredondadas, e portas em arco. Os donos, no entanto, exigiam uma reforma rápida, sem grandes obras. "Bolei montantes de madeira, para colocar nos cantos, e placas próximas ao teto, para esconder a curva da porta. Depois pintei tudo de branco", conta Zoé. A cabeceira antiga foi substituída por duas pranchas de teca de reflorestamento. "Elementos naturais aquecem a decoração", explica a arquiteta, que selecionou ainda toras de árvore para as mesas laterais. Do outro lado da cama, escolheu um criado-mudo branco de linhas retas para dar contraste, assim como os abajures cromados. Os tons de azul, amarelo e verde das almofadas casam com a tonalidade do painel.

DESTAQUE - Duas pranchas de teca de 80 cm de largura x 2,30 m de altura compõem esta cabeceira. Elas foram compradas na EcoLeo, loja especializada em madeira de reflorestamento e uma das vencedoras do Prêmio Planeta Casa de 2004.

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A arquiteta Zoé Gardini.
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Quarto antes da reforma.
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De formatos e passe-partout diferentes...
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No canto de leitura, poltrona da Brentwood...
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Jeito de prender - Zoé Gardini sugere fazer...

Banheiro investe nas pastilhas>
Conviver com azulejos floridos e cor-de-rosa não estava nos planos do advogado Luciano Reginato, que tratou de acionar o amigo Roberto Negrete para planejar a reforma do banheiro num sobrado de vila dos anos 40.

A primeira providência foi redistribuir as peças no espaço. "A planta desperdiçava a área do fundo, que reservei para o boxe", fala Negrete. Inicialmente, Luciano pediu revestimentos cinza e pretos, mas aceitou o argumento do amigo. "Ficaria escuro e precisávamos explorar a luz natural para ter amplidão", afirma Negrete. Pastilhas de cerâmica branca, repetidas em paredes, piso e bancada, encarregaram-se desse efeito. Outros recursos que fazem o banheiro de 4,77 m2 parecer maior: vidro fixo em vez de boxe e bancada mais baixa, com 10 cm a menos do que os 80 cm tradicionais.

DESTAQUE
- Uma simples bancada deixaria o visual monótono, por isso Negrete quis plantar ali um bambu-mossô. "Luminosidade e ventilação havia de sobra e a drenagem poderia escorrer pelo boxe", diz. Paisagismo de Thelma Figueiró.

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Vista do banheiro antes da reforma.
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Pastilhas de 2 x 2 cm da Colortil unificam...
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Roberto Negrete.
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O toque colorido fica por conta dos produtos...
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Planta do banheiro antes da reforma.
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Palnta do banheiro depois da reforma.
"Que tivesse referências à cultura grega." Com apenas esse pedido, Mary, uma pesquisadora de línguas apaixonada pelo mundo antigo, encomendou o projeto de sua morada na praia ao casal de amigos Mônica e Paulo Augusto Pedreira, arquitetos de São Paulo. Os dois idealizaram um desenho que dispensou beirais ­ nas ilhas gregas, as casas se encerram com a laje, onde as frutas são deixadas para secarem ao sol. O cuidado com a natureza também imperou nos mínimos detalhes durante toda a execução da obra. E não haveria de ser diferente. Em meio a uma reserva ambiental, na região do Guarujá, litoral de São Paulo, pouquíssimas árvores foram removidas. E retirou-se o mínimo possível de terra para acomodar a casa, que permaneceu suspensa por uma laje de concreto, conferindo leveza ao projeto e menor impacto à preciosa e rica flora do lugar. Cores que se misturam com as tonalidades do Mediterrâneo foram investigadas "até chegarmos ao roxo", diz Paulo.
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