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domingo, 14 de junho de 2009

Rústico chique

Edição de dezembro de 2005















Sem medo de ser simples, este bangalô aposta em materiais artesanais, como as taubilhas da cobertura e o piso de tijolos.No topo de um morro, este terreno é estreito e comprido do jeito certo: com o lado maior voltado para o mar. Perfeito para uma casa térrea, pois todos os ambientes podem tirar uma casquinha da vista. O arquiteto Ademar Sá, de Itacaré, no litoral baiano, pensou nisso ao desenhar a planta em três blocos (o do casal, o de estar e o dos hóspedes), organizados em torno do terraço. Portas de correr de vidro reforçam a proximidade com a mata Atlântica. Mas o que encanta mesmo neste refúgio são os materiais artesanais, instalados com esmero. A seguir, as dicas do arquiteto.

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CORES
Apesar de ser uma das certezas do projeto, a escolha do vermelho não aconteceu de forma tão simples. O catálogo da marca Ibratin, sugerida pelo arquiteto, não continha um tom terroso – nem um azul próximo ao violeta (eleito para destacar trechos salientes da fachada). No entanto, a marca oferecia bom preço. A solução foi buscar amostras e encomendar ao fabricante a tinta acrílica nas cores desejadas.
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Quatro tons de verde compõem o mosaico de pastilhas de vidro que reveste a piscina. Com essa cor e a borda infinita, ela se mimetiza à mata e ao mar. O caminho de seixos que a contorna camufla uma calha instalada para escoar a água pluvial.







Mosaico de materiais

1. Madeira de demolição Provenientes de uma fazenda da região, as tábuas de 20 cm de largura compõem a porta de entrada e um painel numa das paredes do quarto do casal (à dir.). Como estavam sujas de tinta ou cobertas de fuligem, receberam uma leve lixada antes da camada de verniz transparente que dá o acabamento.

2. Eucalipto Toda a estrutura da casa (pilares e madeiramento do telhado) emprega eucalipto tratado em autoclave e protegido com duas demãos de stain.










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3. Cimentado Placas de 80 x 80 cm, delimitadas por juntas de PVC, formam o piso da sala, feito em duas etapas: primeiro, cobriu-se o contrapiso com uma nata de cimento branco e Bianco (Otto Baumgart). Em seguida, aplicou-se por cima, com desempenadeira de aço, uma mistura de partes iguais de cimento branco e pó de mármore, diluída em água até adquirir o aspecto de massa corrida. Depois de dois dias, finalizou-se o trabalho com lixa d’água e resina acrílica.





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4. Ladrilho hidráulico Comprado na loja paulista Dalle Piagge, ele aparece na parede da cozinha e como detalhe no piso. ‘Assentadas primeiro, as peças foram protegidas com resina antes da execução do cimento. Isso evita manchas’, fala o arquiteto.
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6. Taubilha Muito usadas no litoral da Bahia, as telhas de madeira (Picanço) desta obra vieram do Pará. Medem 20 x 50 cm e foram presas na estrutura com pregos galvanizados (os mesmos utilizados em barcos, que não enferrujam). A manta de subcobertura, obrigatória para evitar infiltrações, foi cortada em tiras e colocada somente nos trechos em que as telhas se sobrepõem. Assim, ela não aparece.

7. Tijolinho Apelidado de sergipinho, o tijolo revela sua origem. O assentamento, feito sobre o contrapiso regularizado e seco, empregou argamassa pronta (a mesma usada para cerâmica). Duas camadas de resina acrílica dão o toque final.
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5. Forro Só nos quartos as telhas não ficam aparentes. Neles, há um forro de angelim, pintado com fundo branco fosco

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