Do GG ao pp

domingo, 14 de junho de 2009

Cor & cor


Estas parcerias são surpreendentes e cheias de personalidade: vermelho+fúcsia, turquesa+verde e azul+vermelho




Quanto mais opções, mais difícil a escolha. O que dizer, então, da tarefa de definir as cores da casa entre milhares de tonalidades? Entretanto, existem atalhos para chegar a combinações harmônicas. Um deles é eleger dois tons marcantes e predominantes. Outro aponta para a descoberta das nuances que expressem sua personalidade. A seguir, é possível notar como as duplas acertadas de matizes revelam o jeito dos moradores, como no caso da designer de interiores Karina Arruda, que conseguiu uma atmosfera vibrante ao combinar vermelho e rosa-fúcsia. A designer Dóris Sochazewski, ao contrário, deu preferência à composição de azul e verde , tons tranquilizantes. Com inspiração nos palácios chineses, a poderosa dupla de azul e vermelho marca presença no ambiente do decorador Fábio Galeazzo. Mas, depois dessas dicas, você ainda está na dúvida? Estas reportagens especiais vão ajudá-lo a escolher as cores para a decoração da sua casa.

Vermelho & rosa-fúcsia: alta vibração
“Adoro cores fortes. Para minha casa, escolhi duas de que gosto muito: vermelho-escuro e fúcsia”, conta a designer de interiores Karina Arruda. Ela revela que se inspirou na paleta da artista mexicana Frida Kahlo para alcançar uma atmosfera vibrante, que se afina com sua personalidade. Para equilibrar, Karina criou uma base neutra com piso de pedra são-tomé branca, janelas de vidro e batentes de madeira de eucalipto. Na visão de Elizabeth Wey, presidente do Comitê Brasileiro de Cores e autora do livro A Casa Através do Tempo (ed. Ofício das Palavras), essa composição é uma expressão perfeita das pessoas extrovertidas. “A mistura parte do princípio de harmonia análoga, ou seja, da combinação de tons próximos dentro do círculo das cores. Daí o efeito harmônico”, explica Elizabeth.


Sala de jantar

Sala de estar

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Azul & verde: frescor em dose dupla
Dar um toque acolhedor ao hall de entrada sem lançar mão de tons quentes era o desejo da designer Dóris Sochaczewski. “Gosto de brincar com tonalidades, especialmente com o azul, que amo”, conta Dóris, que decidiu combinar sua cor preferida com o verde. “Adorei o resultado, pois passa a sensação de tranquilidade”, revela. De fato, azuis e verdes compõem uma parceria que acalma e equilibra. “O tom da parede já é uma mistura de verde e azul. Ou seja, traz o frescor e a positividade do primeiro combinada à serenidade do segundo”, comenta Karina Walter, coordenadora de marketing da Suvinil. Segunda ela, a nuance da parede casa bem com os verdes-azulados dos objetos por formarem um ton-sur-ton. As tonalidades neutras das madeiras e do tapete, por sua vez, chegam para aquecer.


Hall de entrada

Aparador em fundo verde

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Azul & vermelho: equilíbrio de emoções
Na reforma da casa, as cores da pintura a óleo nos fragmentos da parede original foram o ponto de partida para o decorador Fabio Galeazzo definir as tonalidades da sala de estar e do canto de trabalho. “A composição de vermelho-mandarim, que tem um toque alaranjado, com jade, um tipo de azul-esverdeado, é inspirada nos palácios chineses do século 6”, explica. “Procurei dar uma visão contemporânea a uma proposta oriental clássica.” Para reforçar o toque chinês, o painel de gesso, pintado de azul, traz o efeito de biombo. “Aqui se utiliza a harmonia contrastante. Isso quer dizer que, em vez de matizes próximos, optou-se por cores opostas no círculo cromático”, revela a especialista Elizabeth Wey. De acordo com ela, esse tipo e mistura une o frio e o quente, trazendo o equilíbrio de sensações.


Ambientes integrados

Pintura antiga


Edição de setembro de 2007
Pequena por fora, grande por dentro
Discreta na aparência externa, a casa cresce no interior com a combinação de amplos espaços, poucas paredes e muita luz natural.

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Não parece o que é. Da rua, olhando o terreno estreito, não se imagina o que surge portão adentro. A residência fica num dos pontos mais altos da Vila Madalena, em São Paulo, numa rua estreita e calma. O privilegiado endereço proporciona à família - um casal e dois filhos adolescentes - a convivência com o antigo e o moderno, o ontem e o hoje do festejado bairro. Ali estão, lado a lado, a atmosfera interiorana nas amizades sólidas, nos encontros semanais na feira, os velhos botequins e uma praça a 100 m de casa em contraste com o burburinho de uma estação de metrô, dos cafés, restaurantes e agitos culturais que mudaram a face da Vila nos últimos anos. "Nenhum de nós necessita sair do bairro", exalta o dono e empresário José Luiz Ribeiro Nogueira. "A dois passos daqui, temos tudo o que precisamos para o dia-a-dia e o lazer. Encontrei um lugar no tamanho certo para minha família", diz ele. "Em um ano e meio, ergui este sobrado que é o retrato do meu estilo de vida." Raras vezes uma casa é para sempre. Há mais rotatividade do que porto seguro e definitivo.
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Na história do empresário José Luiz, a busca chegou ao fim. Paulistano nascido na Vila Mariana, dono de imóvel em Alphaville e apartamento em Higienópolis, ele encerrou uma longa jornada atrás da casa ideal. Comprou uma antiga residência de um casal de portugueses na Vila Madalena. "Foi um negócio com ares românticos", recorda. "O velhinho era o primeiro proprietário e tinha sido motorneiro de bonde." Após demolir a construção, chamou o arquiteto Francisco Barros - companheiro de outras jornadas - para traçar um projeto à imagem e semelhança da família. "Conversei com o Chico durante toda a execução da obra, mudamos muita coisa e fizemos algo funcional e agradável", explica o dono. Em um terreno plano de 269 m2 surgiu então a casa simples e moderna, com 268 m2 de área construída, estrutura de alvenaria e formato de caixote, com terraço e piscina no lugar do telhado.

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Foram necessários dois nichos para abrigar aproximadamente 50 miniaturas de cadeiras. Um deles é ornamentado pelo delicado adesivo de flores (Conceito Firma Casa) em formato de onda.
Foram necessários dois nichos para abrigar aproximadamente 50 miniaturas de cadeiras. Um deles é ornamentado pelo delicado adesivo de flores (Conceito Firma Casa) em formato de onda.
No escritório, Andrea (na foto com Filipe) recebe os clientes e discute trabalhos com Milena Aguiar, arquiteta que a auxiliou no projeto desta casa. A mesa Saarinem é da MH Móveis, e a cadeira Charles Eames, da Micasa.
No escritório, Andrea (na foto com Filipe) recebe os clientes e discute trabalhos com Milena Aguiar, arquiteta que a auxiliou no projeto desta casa. A mesa Saarinem é da MH Móveis, e a cadeira Charles Eames, da Micasa.
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O piso de cimento queimado da sala foi decorado com ladrilhos hidráulicos da Ladrilar.

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O mais famoso dos projetos lançados pela ONG se chama 100 Muros. Desde 1999, cacos cerâmicos, tinta e pastilhas de vidro já deram vida a 500 muros de toda a cidade. Nos becos revitalizados, os grafiteiros ensinam suas técnicas e debatem a melhoria do espaço urbano com os aprendizes. Em destaque, o portão grafitado pelo artista Jaime Prades.


















Sutilezas notáveis

O segredo de uma decoração agradável e de bom gosto pode estar nos detalhes. É o que podemos conferir nesta casa reformada, em São Paulo. A moradora, uma produtora de festas, tira proveito de seu talento para reunir cores e fazer arranjos de flores e assim deixa os ambientes com a cara da família. O resultado são espaços aconchegantes e descontraídos, onde o casal curte os filhos pequenos.

(foto maior) Pequenas e poderosas, as flores realçam esta decoração.

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Na sala de estar...
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Base neutra e pitadas de cor nos arranjos
O que é preciso para morar bem? Sorridente, a produtora de eventos Ana Paula Lopes tem a resposta na ponta da língua: "É viver num lugar bem iluminado, simples e com a cara dos donos". Com esses ideais em mente, ela e o marido visitaram mais de dez imóveis até achar este sobrado cinqüentão de 340 m2. Mesmo desatualizada, a construção tinha o espaço que procuravam para o pequeno Theodoro, 3 anos, e Catharina, hoje com 2 anos. Após oito meses de reforma, comandada pelas arquitetas Carolina Maluhy e Isis Chaulon, entram em cena as peças coloridas e as flores selecionadas por Ana Paula. "São detalhes que mudam a energia da casa", diz.

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Durante a reforma...
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Equilíbrio entre o rústico e o moderno
Para privilegiar o convívio da família, a total integração entre as áreas de estar e a de refeições foi essencial. Mais do que reorganizar os espaços e atualizar os acabamentos, a meta era revigorar a construção sem descaracterizar a arquitetura original. "Mantivemos o revestimento de canjiquinha da fachada e o hall de entrada imponente, como era moda nos anos 1950", explica Carolina. O equilíbrio entre o rústico e o contemporâneo também oxigena a decoração. "Por que não misturar? Adoro peças de design moderno, mas fiz questão de uma cozinha com jeitão mineiro e piso de ladrilhos hidráulicos", comenta Ana Paula.

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No hall de entrada...
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Na parede verdeoliva...
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Na cozinha à mineira...

Madeira irradia aconchego na área íntima
No andar superior, não há quem resista ao conforto de andar descalço sobre o piso de madeira. O material se estende até o terraço do quarto de casal, que tem pergolado, deque e uma mesa, onde Ana Paula e o marido tomam café-da-manhã. Nesse mesmo espaço, a diversão de Theodoro e Catarina é se refrescar no ofurô. "Eles também adoram passar horas regando as plantas", conta a mãe. "A casa não tem proibições. É para ser usada por todos", complementa. Para quem acha que tudo está concluído, Ana Paula responde com outro sorriso: "A casa nunca fica pronta porque a gente muda e ela se transforma conforme nossos novos desejos".

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Sobre a cômoda, o jarro de ágata...
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Na varanda, deque de ipê...
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Sobre as espreguiçadeiras...

Paraíso online
Foi na tela do computador que o casal Cristina e Gilbert Oziol viu pela primeira vez as imagens da pacata Barra de Sirinhaém, no litoral pernambucano. Atraídos pelo anúncio de venda de uma velha casa, os dois voaram para o Brasil e arremataram a moradia.

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Cristina e Gilbert Oziol são um exemplo dos muitos europeus que ultimamente se renderam às belezas naturais do litoral nordestino. Desde o início da década de 1990, turistas investidores têm adquirido propriedades por essas bandas. Para achar o imóvel dos sonhos o casal, que vive em Zaragoza - ele francês, ela espanhola -, recorreu à internet. O terreno de 2 400 m2, a poucos passos do mar, se sobressaía em meio aos anúncios na rede. Telefonaram para um amigo que vive em São Paulo - o arquiteto Enrico Benedetti - e combinaram uma ida até o local. "Quando chegamos a Barra de Sirinhaém, abriu-se aos nossos olhos um espetáculo natural que dificilmente esqueceremos", lembra Enrico. Encantaram-se com a praia deserta, delimitada de um lado pelo oceano aberto e de outro lado pelo extenso coqueiral. "A construção em ruínas guardava certo charme devido à simplicidade de implantação e materiais", completa ele. Nos dias seguintes, enquanto caminhavam pelas areias quentes do lugar, os três já discutiam as reformas necessárias.
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A despeito do estado da moradia, haviam de preservar ao máximo o que já existia e investiriam em materiais bons e baratos. Da Espanha, o casal acompanharia tudo pela internet, Enrico faria visitas quinzenais ao canteiro e seu mestre-de-obras de São Paulo se instalaria ali até o fim do trabalho. Começaram pelo telhado, substituindo os troncos irregulares por vigas de madeira e telhas cerâmicas compradas no local. Com as paredes internas derrubadas, refez-se a distribuição dos ambientes (veja planta na pág. anterior). Todos os espaços ganharam portas venezianas. Afinal, o cenário que tanto encantou os proprietários deveria ficar à vista o tempo todo.

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Divisórias com brises demarcam sutilmente os ambientes.











As aletas são ajustadas manualmente para regular a passagem de luz. Repare no primor da carpintaria: a moldura de freijó disfarça o encaixe entre a esquadria do mesmo material e o pilar revestido de pequiá. O piso de madeira de demolição emoldura o tanque das carpas.





Para deixar mais gostosos pequenos espaços

Estes três projetos de reforma e decoração driblaram a área restrita e criaram ambientes arejados, organizados e agradáveis de viver. Veja as 41 idéias principais

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O apartamento do arquiteto Bernard Leroux...
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Na casa do designer Paulo Castellotti...
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Em seu dúplex, o fisioterapeuta Ricardo Sasaki...

81 m² - Passagem livre
Em seu apartamento, o arquiteto Bernard Leroux, um belga que vive há dez anos no Brasil, abriu um dos quartos para a sala e criou uma ligação visual com a cozinha. "A derrubada de paredes faz o olhar ir mais longe. Isso traz a sensação de amplitude", diz.

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Sofá vira cama de hóspedes...
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Cor aconchegante...

Móveis sob medida garantem capricho no visual

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Disfarce para TV e DVD...
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Tudo no lugar
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Lavabo na área de serviço...

Recursos simples ampliam o conforto no quarto

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Escritório compacto...
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Cama sob a janela...
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Banheiro bem dividido
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Gaveteiro esguio...

99 m² - Menos paredes, mais área útil
Publicitário, designer de móveis e artista plástico, Paulo Castellotti comprou este sobrado para morar e trabalhar dois anos e meio atrás. Na reforma, quase não restaram divisórias internas. "Também ampliei as janelas. Assim ganhei luminosidade", conta.

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Integração total...
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Debaixo da escada...

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Circulação fluida...
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Eletrodomésticos embutidos...
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Sem obstáculos
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Muro verde...
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Jogo de esconde e mostra...
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Mesa substitui guarda-corpo...

Quarto mostra composição de cores e grafismos

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Armário leve...
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Palheta suave
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Cobertura de vidro...

49 m² - Na medida certa
Quando chamou o arquiteto Ricardo Umada para reformar este dúplex, o fisioterapeuta Ricardo Sasaki desejava atualizar os ambientes com o menor custo possível. Confira o orçamento de marcenaria.

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Peças versáteis...
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Misto de bar e balcão...
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Desnível define a sala...
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Área roubada...
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Gaveteiro emoldura a cama...
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Escritório dupla-face...

Guarda-corpo ganha múltiplas funções

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Centímetros batalhados

Centímetros batalhados
No piso inferior, a área de serviço de 78 x 78 cm ocupou o local onde ficava a cuba do lavabo. No mezanino, o arquiteto inverteu a posição da cama, antes voltada para a janela - a medida possibilitou instalar a TV no armário.

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Espelho no boxe...
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Bandeja retrátil...
Reportagem Visual: ZIZI CARDERARI

Edição de dezembro de 2006
Com a bênção das águas
Quando anoitece e a montanha projeta sua sombra negra sobre o Saco do Mamanguá, no litoral fluminense, a natureza escancara seu poder. Este fiorde brasileiro (em analogia aos braços de mar estreitos e escarpados, comuns nos países nórdicos) exibe praias minúsculas, mangue, mata Atlântica e pescadores criados na tradição caiçara. Uma paisagem quase inacreditável. Tanto que o dono desta casa custou a crer no que viu, em 1996, ao conhecer o lugar. Desde então, fixou a idéia de erguer aqui seu refúgio de fim de semana.

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O barco sai de Paraty-Mirim, RJ, faz uma curva e entra em águas abrigadas. Logo, atraca numa das 33 prainhas. De uma margem se vê a outra, a 2 km. Dá para nadar, remar, caminhar pela mata... A sensação de aconchego que o Saco do Mamanguá proporciona requer uma descrição. "Devido a sua forma, o lugar tem essa característica uterina e uma energia muito especial", diz o jovem empresário paulista, explicando sua paixão pelo local e a opção por construir aqui em 2003 - quando finalmente conseguiu comprar um terreno. Decisão tomada e dinheiro no bolso, ele pediu ajuda a um amigo radicado em Paraty, RJ - que lhe deu a dica de um bom lote (de 21 x 570 m) -, e a uma arquiteta familiarizada com os fornecedores, a legislação e o meio ambiente local. "Optei por contratar alguém de perto para gerenciar a obra", diz o empresário, que também ressalta a sintonia com a arquiteta Daniela Buissa: "Meus pedidos [uma casa de madeira, suspensa, com boa área social e dois quartos] foram equacionados já no pré-projeto, liberando o início do serviço para a época de seca, em maio de 2004". Como não há estrada até o local, o material foi transportado por barco, em dezenas de viagens. "Os troncos de eucalipto, soltos na água, tiveram de ser puxados com cordas", conta Daniela. O trabalho levou um ano - período de visitas semanais da arquiteta à obra e acertos com o cliente pela internet. Hoje, o dono se diz contente aqui. Explora de caiaque os recantos do Mamanguá e, à noite, celebra a ausência de luz elétrica em paz, sempre que a montanha começa a escurecer as águas e sua casa.
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Construção segue leis da natureza

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Aprovação sem mistério. A casa fica na margem direita do Saco do Mamanguá, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Cairuçu, numa Zona de Expansão Residencial e Turística passível de construção. A aprovação aqui, semelhante à que ocorre em outros locais preservados, se inicia pela consulta ao Ibama - com a qual se obtêm as diretrizes do projeto. Atendido isso, a entidade emite um parecer favorável, que se soma à papelada encaminhada à prefeitura e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan (medida necessária porque Paraty é patrimônio histórico). Com os dois pareceres favoráveis, o projeto volta à prefeitura, e, se estiver de acordo com o código de obras, recebe a aprovação final. O processo todo, neste caso, levou um ano.
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Veja aqui no site um vídeo mostrando a reportagem feita no Saco do Mamanguá. O livro Mamanguá - Berçário Marinho e Reduto Tradicional de Caiçaras, de Paulo Nogara, reúne informações sobre o local.


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Dormentes no piso. Baiana, Ivana queria imprimir um jeito colonial e rústico ao seu refúgio na serra. Por isso, foi atrás dos acabamentos, como os dormentes que comprou em Santos, SP. 'O lote veio com vários defeitos e descartamos muita madeira. É preciso cuidado ao comprar esse tipo de material', alerta o arquiteto
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Piscina natural. Conduzida por uma tubulação, a água vem por gravidade de uma nascente, abastece a piscina e segue para o rio, metros abaixo. Por isso, não há filtros nem bombas. A estrutura de tijolinhos foi revestida de uma malha de ferro. Depois de chapiscadas, as paredes receberam seixos como acabamento.

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CIMENTO QUEIMADO NA PAREDE
Uma fina camada (2 mm) de massa de cimento reveste o piso e as paredes do banheiro, até 1,80 m de altura – um sarrafo de madeira, provisório, delimitou a borda. A mistura foi aplicada primeiro sobre as paredes (com massa grossa, bem lisa). Depois de seca é que foi usada no chão (sobre o contrapiso). O segredo da superfície uniforme e sem manchas vem da queima: cuidado ao pulverizar cimento branco e comum sobre a base e ao alisar com colher de pedreiro. No acabamento, cera incolor.























Planejado para ser usado simultaneamente pelas crianças, o banheiro separa a área da pia do restante – acessível por uma porta (foto). Ali, bacia de linha econômica, acessórios para toalhas e um boxe com borda alta, à prova de travessuras e respingos.





















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O piso de porcelanato Pietra Naturale (Portobello), o mesmo do living, é ladeado por decks de cumaru impermeabilizados com impregnante incolor (stain). Eles cercam a piscina com borda de granito apicoado antiderrapante.
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Na varanda, persianas de palha de dendê (Joelson Prates) são outro aliado contra o sol forte.
Edição de agosto de 2006
Paraíso particular
No litoral sul baiano, esta casa sobressai pela mistura primorosa de materiais. À estrutura de eucalipto se juntam vidro, tronquinhos, ripas e telhas de madeira. Tudo para o desfrute de uma família numerosa.






(foto maior) Um mix de madeiras ressalta a fachada. Os painéis de ripas de cumaru fecham duas suítes e a caixa da escada, enquanto os tronquinhos de eucalipto (ambos da Scala Madeireira), no alto, refrescam os ambientes. Telhas de taubilha aproveitadas de uma fazenda demolida.
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Cachoeiras e morros forrados de mata Atlântica. A cidade de Itacaré, que hoje se vale dessas riquezas naturais - um atrativo e tanto para o turismo -, no passado foi a maior exportadora de cacau da Bahia. Suas praias, diz a lenda, já serviram de esconderijo aos deuses tupis. Está explicado por que o casal de empresários paulistas escolheu esse cenário para erguer seu refúgio de lazer. O projeto do arquiteto Marcelo Montoro, da PM&A Arquitetura, seguiu à risca os padrões estipulados pela convenção do condomínio, onde está o terreno de 2 200 m2. Por isso, a casa de 391 m2 não ultrapassa os 7 m de altura e tem o número máximo de quartos permitidos (quatro). O projeto, que prima pela sintonia entre arquitetura e decoração, sofreu mudanças no primeiro esboço, assim que entrou em cena a filha dos donos, a decoradora Silvia Guedes Moraes. Entre elas, o pé-direito duplo e a escada escultural do living.

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Dentre os lotes disponíveis, os proprietários selecionaram aquele com a melhor vista. "Ele está no ponto mais alto, de onde posso apreciar a paisagem em quase 360 graus", diz o empresário. A natureza foi preservada desde o início: mantiveram- se os coqueiros e pouco se mexeu na terra. Na fundação, brocas mais espessas sob a terra ajudaram a distribuir melhor o peso da construção. "Para deixar o solo livre, drenando a água das chuvas, a casa inteira fica erguida por palafitas de eucalipto protegido contra a umidade e o ataque de insetos", explica Marcelo. As vigas e os pilares, encomendados a uma empresa, chegaram prontos à obra e formaram uma armação de madeira, que incluiu até o telhado. Só depois os trabalhadores prepararam as lajes de concreto das suítes superiores. Como o eucalipto se movimenta demais, o arquiteto cuidou para que as vigas e os pilares roliços fossem unidos com chapas e vínculos metálicos. "E, assim, certo ar de bangalô balinês norteou toda a obra", diz Silvia, se referindo ao pot-pourri de madeiras, textura colorida na fachada e muito vidro, que abre a casa para a natureza. "Tudo a ver com a informalidade dos refúgios de praia da Bahia. Nada mais agradável do que curtir o clima sem precisar de arcondicionado", comenta Marcelo. Não faltam diversão e descanso para a família numerosa de quatro filhos e sete netos. "Casa de veraneio que nada. É só chegar o fim de semana para estarmos todos reunidos aqui", festeja o dono.

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Já que o motivo da criação deste quintal foi o bem-estar das crianças, a arquiteta fez questão de recordar sua infância vivida a poucas quadras daqui. A jabuticabeira (1), ícone da época, foi plantada no centro do deque. Outro desejo atendido foi uma seleção de flores brancas, que brotam em diferentes épocas do ano. O destaque, no entanto, fica para a congéia (2), uma trepadeira cuja folhagem varia de cor conforme a estação.Já que o motivo da criação deste quintal foi o bem-estar das crianças, a arquiteta fez questão de recordar sua infância vivida a poucas quadras daqui. A jabuticabeira (1), ícone da época, foi plantada no centro do deque. Outro desejo atendido foi uma seleção de flores brancas, que brotam em diferentes épocas do ano. O destaque, no entanto, fica para a congéia (2), uma trepadeira cuja folhagem varia de cor conforme a estação.
Gardênia (Gardenia jasminoides)  - gosta de sol e dá flores na primavera e no verãoGardênia (Gardenia jasminoides) - gosta de sol e dá flores na primavera e no verão
lágrima-de-cristo (Clerodendrum thomsonae)  - gosta de sol e dá flores na primavera e no verãolágrima-de-cristo (Clerodendrum thomsonae) - gosta de sol e dá flores na primavera e no verão
congéia (Congea tomentosa)  - gosta de sol e dá flores na no inverno e na primaveracongéia (Congea tomentosa) - gosta de sol e dá flores na no inverno e na primavera
 íris-da-praia (Neomarica candida)  - gosta de sol e dá flores na no primavera e no verão íris-da-praia (Neomarica candida) - gosta de sol e dá flores na no primavera e no verão

Um quintal para Pedro e Felipe

Jogar bola, subir em árvores, brincar de pega-pega, colher jabuticabas no pé e se refrescar em um chuveirão. Essa lista é um resumo de como os garotos, de 6 e 3 anos, aproveitam diariamente o espaço presenteado pela mãe, arquiteta, que inclui ainda uma horta e um jardim florido o ano inteiro.

Trânsito livrepara a diversão
O sonho de ver o jardim pronto foi vivido em capítulos pelos pais de Pedro e Felipe. Tudo começou com a troca de um apartamento por este sobrado dos anos 40, em São Paulo. "Não queria um lugar enorme, mas ele precisava ter uma área verde ampla, onde as crianças pudessem crescer saudáveis", conta Cinthia Liberatori. A reforma do imóvel, no entanto, trouxe gastos excessivos, que somados à segunda gravidez
da arquiteta impossibilitaram a implantação imediata dos 280 m2 de área verde. Três anos mais tarde, a execução do jardim, supervisionada pelo engenheiro agrônomo Sergio Menon, da Grama & Flor Paisagismo, favoreceu o espaço livre para as crianças. Na escolha dos móveis, foram privilegiadas peças flexíveis e fáceis de transportar.

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Escalar a árvore é um dos passatempos...
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Quando a arquiteta Cinthia Liberatori e o marido, Giuseppe, mudaram para a nova casa...
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O menor se diverte jogando bola...
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No gramado do fundo, poucas plantas para não atrapalhar...
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O canto do deque (Garcia Gamio) fica resguardado pela cerca de murtas...
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Pedro
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Felipe
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Os irmãos

Flores nasquatro estações

Canto de sabores e perfumes
O clima de vila italiana, reproduzido nas paredes em tom de terracota e nos tijolos antigos, não ficaria completo sem uma horta. Em vasos e um canteiro, Cinthia cultiva abobrinha, quiabo, orégano, manjericão, alecrim e hortelã. "A treliça atende as trepadeiras, como os tomates", explica ela. Uma regra que ela segue à risca é a rotatividade da colheita. "Deixar uma planta por mais tempo na terra inibe o crescimento das outras", diz Menon.

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Aromas e sabores não são os únicos atrativos da horta...
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Flor do feijão...
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Flor do quiabo...
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Salsinha...
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Lavanda...
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Tanto os tomates, cultivados no canteiro, como o alecrim, plantado em vaso...
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Alecrim...

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Na sala de jantar, integrada à cozinha, vários tipos de granito (vermelho bragança e juparaná) se misturam a recortes de ladrilhos hidráulicos num piso tingido de salmão.
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Na sala de estar, o cimento ganha nuances de Pó Xadrez (Lanxess) amarelo para contornar cacos de cerâmica Portobello (linha Jerusalém), usada de frente e verso.
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O corredor (8 x 1,50 m) divide os blocos social e íntimo e tem piso de cimento com cacos de cerâmica Portobello (veja como é feito nas próximas páginas).