Frutos da Amazônia são ingredientes para diversas receitas
Equipe de pesquisadores da Universidade de Brasília prepara refeição completa com tucumã, castanhas, cupuaçu e açaí.
O Mercado do Ver o Peso, em Belém, é mesmo de dar água na boca. O cartão-postal é uma vasta e colorida amostra dos sabores da Amazônia. A famosa castanha, que já foi do Pará e do Brasil, hoje é da Amazônia.
"Tem um alto grau energético, por ser rico em gordura. Mas é uma gordura considerada boa. Duas castanhas equivalem à proteína de um ovo", diz a nutricionista Ana Paula Oliveira, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A feirante Carmelita Rocha trabalha no mercado há 37 anos e já se acostumou com o espanto de quem vem de longe. "As pessoas perguntam onde eu consigo tudo isso. Eu digo que é aqui na região mesmo. Todos os ribeirinhos vendem fruta para o mercado", conta.
A maioria das frutas não sai do Norte do país. Até mesmo para investigar o valor nutricional das frutas da Amazônia, os pesquisadores têm que fazer feira.
Ana Paula Oliveira participou das oficinas de culinária regional organizadas em parceria com o Ministério da Saúde, a Universidade de Brasília (UnB) e representantes de vários centros de estudos da região Norte.
Entre as frutas selecionadas, cupuaçu e o ouro negro da Amazônia, açaí. Tudo foi levado para a UnB, onde os pesquisadores que estiveram no Mercado do Ver o Peso vão mostrar como preparar receitas com menos açúcar, sal e gorduras, feitas com as frutas da Amazônia.
"O brasileiro tem consumido poucas frutas. Algumas regiões são carentes de consumo de frutas e isso deve ser estimulado", diz Ana Paula Oliveira.
Da Amazônia para o coração do Brasil. Em Brasília, o aroma lembra a floresta. A equipe da UnB prepara uma refeição completa. Como prato principal, arroz com tucumã e tambaqui recheado com molho de castanhas e manga. A receita também pode preparada com outro peixe. Para sobremesa, docinho de cupuaçu no ponto de brigadeiro e mousse de açaí feita com mandioca.
"A mandioca faz com que tenhamos a textura do leite condensado. Não temos a gordura do leite condensado, mas temos a mesma característica sensorial, a mesma maciez", assegura a nutricionista da UnB Verônica Ginani.
Um banquete da Floresta Amazônica até a mesa dos brasileiros.