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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dieta do diabético pode ser gostosa e variada

A cada dez segundos, uma pessoa morre por causas associadas à diabetes. Na última reportagem da série, veja como é possível controlar a doença usando os alimentos certos.

Malu Mazza Curitiba

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A proibição de determinados alimentos foi trocada por uma tabela de cálculos. A dieta de Gustavo pode ter tudo que as contas permitirem; antes de almoçar, o menino de 12 anos pega a calculadora, o pai liga para o restaurante onde eles vão comer e anota o cardápio. Gustavo escolhe e confere numa tabela quantos carboidratos têm cada alimento.

Carboidrato é um nutriente que exige cautela, porque vira açúcar no corpo; está em doces, pães, massas, legumes e frutas. Pela prescrição da nutricionista, Gustavo pode comer até 230 gramas de carboidratos por dia, 50 no almoço.

Depois de escolher, Gustavo mede o nível de açúcar no sangue. O resultado do teste mais a quantidade de carboidratos que vai ser comida no almoço indicam quanto de insulina ele tem que aplicar.

Esta dieta não pode ser feita quando o diabetes está no início. Normalmente, é o médico que indica a hora de começar. O número de injeções de insulina é maior do que o de quem faz a dieta tradicional, porque é preciso aplicar a cada refeição.

O olho do diabético não pode ser nem maior nem menor do que a barriga. “Se o paciente monta um prato e aplica a insulina para aquela quantidade, vai ter que terminar de comer tudo. Ele aplicou uma quantidade para cobrir aquilo, e se não comer vai ter uma hipoglicemia. E se ele quiser repetir, também não é possível”, explica a nutricionista Maria Emilia Suplicy. Mesmo assim, com essa dieta Gustavo se alimenta com mais liberdade.
Dieta ideal
A nutricionista Marina Balzer aceitou nosso convite e foi até um supermercado de Curitiba para escolher alguns produtos e montar um cardápio saudável e equilibrado para o diabético.

As refeições devem ser ricas em saladas verdes, que estão liberadas. O ideal é preferir carnes magras e leite desnatado. Arroz, feijão e outros legumes podem estar nas principais refeições. “O ideal é que se coma pelo menos meio prato de legumes cozidos, com pouca gordura ou sem gordura alguma”, aconselha Balzer.

Massas, pães e doces pedem vigilância, mas não é preciso ficar preso aos alimentos diet, que, em geral, são mais caros. Basta ler com atenção as informações das embalagens.

Gelatinas, iogurtes e refrigerantes dietéticos costumam valer a pena, mas a nutricionista encontrou mais carboidratos no biscoito diet do que no normal, por exemplo. O chocolate diet também pode enganar: ele não têm açúcar, mas, para compensar, muitos levam mais carboidratos.

Pedimos para a confeiteira Débora Cardoso preparar um brigadeiro diet de verdade: sem açúcar, com menos carboidratos e menos calorias.