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terça-feira, 28 de julho de 2009

Manjericão



Com bom desenvolvimento em regiões de clima quente, o ingrediente que perfuma diferentes pratos pode ser plantado até em vasos

Texto João Mathias
Consultor: André May*


No verão, a alimentação leve é uma aliada do brasileiro para enfrentar as altas temperaturas. Médicos e profissionais da saúde recomendam um cardápio variado, com muitos legumes e folhas verdes. É bom ter cuidado com os temperos e condimentos em dias mais quentes, mas isso não quer dizer que não se pode caprichar. Com sabor e aroma intensos, o manjericão é uma ótima sugestão para fazer toda a diferença numa receita. Usado em saladas, molhos, recheios, pizzas e em várias massas, ele dá um toque especial aos pratos e, ainda melhor, pode ser cultivado até em vasos pelo próprio consumidor.

Perene ou anual, o manjericão é plantado sobretudo por pequenos agricultores no Nordeste. Ambientes com muita luminosidade e chuvas regulares são os preferidos para o desenvolvimento da planta, que pode chegar a produzir por até três anos. O clima frio não agrada a todas as variedades, que podem ser determinadas pelo porte, formato da copa, tamanho e características do seu óleo essencial.

Pertencente à família Laminaceae, há o manjericão com folhas grandes (Ocimum basilicum) e o com folhas pequenas (Ocimum minimum). O de cor verde é o mais conhecido, mas também existem plantas de folhas avermelhadas - mais raras e com mais aroma. O perfume do manjericão tampouco é uniforme: há variedades com fragrância doce, lembrando limão, cinamato (canela), cânfora, anis e cravo.

Na região do Mediterrâneo, onde é presença comum na alimentação, o manjericão é plantado em beirais de janelas. Com propriedades que repelem insetos, afasta moscas e mosquitos. Mas suas belas flores também são vistas como ornamento. Conhecida por alguns como alfavaca cheirosa, essa planta com propriedade digestiva, antibiótica e anti-reumática é utilizada para tratamento de enjôos, problemas respiratórios e reumáticos.

Das folhas ainda podem ser extraídos óleos essenciais como o linalol. O produto - que também é obtido da árvore pau-rosa, espécie em extinção encontrada na floresta amazônica - serve de matéria-prima para a fabricação de perfumes e para o processo de aromatização de alimentos e bebidas. Não se sabe ao certo da sua origem, mas há indícios de que o manjericão tenha se espalhado pelo mundo a partir do Oriente Médio, norte da África e Índia.

Raio X
SOLO: fértil e de granulação média
CLIMA: na faixa de 21 a 25 graus
ÁREA MÍNIMA: pequenas hortas, caixotes ou vasos
COLHEITA: a cada 60 dias
CUSTO: 2,50 reais a muda
Mãos à obra
INÍCIO - antes de tudo, é preciso fazer uma análise do solo onde será plantado o manjericão. Um engenheiro agrônomo pode dar as orientações sobre as correções e fertilizações exigidas para o cultivo. Em vasos, assegure-se de que a terra seja fértil e de granulação média.
PLANTIO - plante a muda de manjericão no mês de setembro, início da primavera. É quando ocorrem as primeiras chuvas da estação. Use estacas de ponteiro, colocadas em bandejas de isopor de 200 células com substrato comercial. Elas devem ser mantidas irrigadas.
ESPAÇAMENTO - depende do sistema de cultivo adotado, mas recomenda-se a distância de 60 centímetros entre linhas e 40 centímetros entre plantas.
CORTE - faça o primeiro corte somente após três meses do plantio. Ele deve ser a 40 centímetros do nível do solo. Repita o processo a cada 50 ou 60 dias, ou quando observar que há uma aproximação das copas, a ponto de prejudicar as folhas mais baixas por impedir a luminosidade. Os cortes favorecem a produtividade, pois o manjericão volta a brotar e a ramificar.
PRAGAS E DOENÇAS - embora seja bastante resistente, o manjericão pode ser atacado principalmente pela larva minadora, pelo bicho-mineiro e pelas doenças rhizoctoniose, fusariose e cercosporiose. Procure um agrônomo para melhor controlar esses problemas.
TRATOS - em plantas que exigem cortes sucessivos, alguns tratos são necessários. Faça com freqüência capinas e controle de doenças e fertilizações. Assegure a disponibilidade de água.
PRODUÇÃO - as folhas podem ser colhidas quando a planta atingir cerca de 1,2 metro de altura. Em geral, isso ocorre aos 60 dias. A primeira colheita, no entanto, é indicada somente após três meses do plantio.