
Fotos: Célia Mari Weiss
Reportagem Fotográfica: Andréia Ortiz
A praça age como um escudo para o imóvel”, explica. “No entanto, ao medir a energia do solo, constatei veios d’água subterrâneos, que afetariam a saúde dos moradores.” Uma acupuntura no terreno eliminou o perigo. “Como uma agulha permanente, finquei uma pedra no ponto nevrálgico da propriedade”, fala Allan. Com as medidas emergenciais tomadas, veio a decoração. “A Escola Ba-Zhai ditou as cores e a localização dos ambientes. O restante surgiu de nossa intuição e intenção de respeitar os ciclos da vida. Afinal, como ensina a astrologia, somos todos regidos pelos planetas”, encerra Paula.
Plantas cheirosas estão por toda parte desta casa. “Os aromas levam nossos sentidos a outras dimensões. Isso é muito saudável”, ensina o astrólogo Quiroga. Para compor com os vasos de jasmim, o casal escolheu uma placa com os símbolos do zodíaco asteca. Voltado para a garagem, o espelho reflete os carros estacionados, rebatendo energias pesadas trazidas pelos veículos. “A intenção é fazer com que os automóveis não atropelem a casa”, diz Paula, que aprendeu a explicação em seus cursos de feng shui.
Também chamada de medicina do hábitat, essa ciência, conhecida há quase um século, estuda como o ambiente pode influenciar a saúde das pessoas tanto positiva quanto negativamente. Nesta casa, por meio de aparelhos específicos, o geobiólogo Allan Lopes Pires detectou a presença de águas subterrâneas, o que proporciona insalubridade ao local. Para providenciar a cura, ele usou princípios da radiestesia. Com a ajuda de um pêndulo, determinou o local onde o terreno deveria ser estimulado. Nesse ponto, assentou um grande seixo de rio, neutralizando assim as energias nocivas do veio d’água. “Suavizei visualmente a área com plantas perfumadas, como alfazema e arruda”, fala Paula.
Tanto o Buda de terracota como a fonte de pedra chegaram de surpresa. “Mamãe nos presenteou e, sem saber onde colocá-los, pedi orientação a Allan e Claudia”, lembra Paula. O geobiólogo sugeriu colocar a estátua voltada para o nordeste. “É de onde emanam as energias positivas”, explica ele. Já a consultora de feng shui determinou o local da bica baseado em preceitos da Escola das Estrelas Voadoras. Usando a bússola, descobri que nesse ponto seria muitobom ter água em movimento”, argumenta Claudia.os aspectos favoráveis dos espaços
Essa importante e complexa escola do feng shui leva em conta principalmente o estudo da evolução dos ciclos astrológicos em relação às construções e a suas respectivas dinâmicas energéticas. A análise pode ser feita a cada dia, mês, ano ou até por períodos de 20 anos, como o que aconteceu nesta casa. Para analisar como o tempo atua sobre a moradia, a especialista Claudia D’Ávila usa um esquema chamado quadrado mágico. No centro do gráfico, ela coloca o número correspondente ao ano de construção do imóvel. A partir daí, distribuiu as outras oito estrelas que regem essa escola. ““É um estudo complicado, que requer conhecimento”, fala Claudia. Foi assim que ela descobriu o melhor ângulo para a porta de entrada. O canto pertence ao elemento metal. Apesar de as Estrelas Voadoras desconsiderarem essa ajuda, a proprietária resolveu ampliar o equilíbrio energético da área usando a cor branca, que corresponde ao elemento, e acessórios de metal. Também foi iniciativa dela colocar o baguá sobre o batente externo da porta social. “Aprendi na filosofia chinesa que, ao passarmos por baixo desta figura, ela nos ajuda a desvestir a pessoa que somos na rua e nos conecta com nossa porção mais íntima”, explica Paula.
Essa escola se baseia na análise entre o magnetismo da Terra e o posicionamento das estrelas para estudar a relação do homem com seu ambiente. Tendo a bússola como ferramenta principal e o centro da casa como referência, o especialista consegue esquadrinhar o imóvel em oito estrelas distintas. O ambiente acima pertence à estrela Medicina Celestial, um local que emana estabilidade e relaxamento na vida cotidiana. “Por isso, fiz questão de montar a sala de estar aqui. Realmente, é um canto delicioso para ficar com a família ou sozinho”, diz Paula. A cor tijolo da parede tem a ver com o elemento terra, que rege este quadrante.capturam o olhar e apaziguam os pensamentos
O prisma pendurado na janela mais ensolarada da casa brinda todos os dias os moradores com um lindo arco-íris. “Além de ser apaixonado pela difração da luz, gosto de olhar para estas sete cores puras. Elas me remetem aos círculos setenários, que marcam o princípio da astrologia”, comenta Quiroga.
As mandalas vêm de longe. O termo é sânscrito, de origem hindu, e quer dizer “círculo mágico”. Constituídas de desenhos geométricos que se inscrevem, elas representam o espaço sagrado e a relação dinâmica entre o homem e o Cosmo. “São figuras extraordinárias, que acomodam nossos pensamentos. A mente é ávida por ordem. Ao pousarmos o olhar sobre suas representações, é fácil meditar”, ensina Quiroga. Estas duas peças foram feitas pelo artista plástico Artur Kohl. De madeira pintada e sulcada, elas ficam num canto sossegado da sala. | |
| UM LIVRO | O Tratado sobre o Fogo Cósmico, de Alice Bailey |
| UM LUGAR DA CASA | O canto de meditação |
| UM HORÁRIO | Das 4h30 às 6h30 |
| UM PRAZER | Ler |
| UM SOM | Um gongo, a chuva, o vento |
| UM GOSTO QUE TRAZ LEMBRANÇA | Sorvete de baunilha com vinho do porto. Lembra as gemadas da infância |
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| UM LIVRO | Feng Shui – A Antiga Sabedoria de Viver em Harmonia nos Tempos Atuais, de Eva Wong |
| UM LUGAR DA CASA | Sala de estar |
| UM HORÁRIO | Depois das 22h30 |
| UM PRAZER | Cuidar do jardim |
| UM SOM | CD do canto das baleias |
| UM GOSTO QUE TRAZ LEMBRANÇA | Alecrim. Remete às viagens à Toscana, Itália |