Do GG ao pp

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mundo das musas em expansão


Rainhas do samba precisam dar duro para crescer em todas as direções e impressionar na avenida. Regime de trabalhos forçados inclui malhação da pesada, suplementos poderosos e próteses além da imaginação


Juliana Linhares


Seios
350 mililitros de silicone. "O básico do Rio", explica Mirella Santos
Alimentação
Várias barras de cereais e no mínimo cinco shakes de proteína por dia. Fora a comida, propriamente. "Fácil, fácil, eu descambo e como todo dia pastel, brigadeiro e coxinha"
Braços
Exercício relativamente moderado. "Qualquer pesinho que eu pego, já fico grande em cima. Mas carrego o Latino no colo"
Quadris
São 105 trabalhados centímetros. "Uso calça 42 masculina. Menor que isso não passa no meu bumbum"
Coxas
Ela empurra 300 quilos no leg press. "Deus me livre de ter as coxas da Gisele Bündchen"


No Carnaval, sabe-se, tudo é possível. Até o fenótipo de Valesca Popozuda, a funkeira carioca, parecer absolutamente normal. Basta olhar as fotos das soberanas da avenida neste ano para notar que a explosão corporal preconizada por Valesca, que já era um projeto em permanente expansão, atingiu novos píncaros. Neste reino do "ão" - coxão, bração e outras características aumentativas do tal fenótipo -, sobressai a espetacularmente musculosa Mirella Santos, 26 anos, destaque da escola Grande Rio. O currículo de Mirella não é exatamente impressionante - mulher do cantor Latino, ex-participante do reality show A Fazenda, carreira de modelo "inclusive na Turquia" -, mas seu empenho em se transformar em colosso muscular é um caso de exemplar dedicação. Há quatro anos, pesava 57 quilos. Hoje, a balança bate em 69. A circunferência de sua coxa é igual à do jogador Roberto Carlos, 64 centímetros, e o conjunto só se acomoda em jeans tamanho 42, com cintura evidentemente ajustada. "Menor que isso não passa no meu bumbum", explica. Mesmo sem exercitar muito os braços, para "continuar feminina", consegue um feito de derrubar o queixo e causar insondáveis consequências para a vida conjugal: "Se o Latino dorme no sofá, eu o carrego no colo para a cama".


"AGORA SUAVIZEI"
Gracyanne, a pioneira: depois de quatro anos em que, avalia agora, cresceu "demais", vai sair à frente da bateria da Unidos de Vila Isabel "mais fininha", com meros 102 centímetros de quadris, 77 de cintura e 65 de coxa


A rotina de exercícios e alimentação de Mirella neste período pré-carnavalesco é comparável ao treinamento de um comando Seal da Marinha americana. A reportagem de VEJA tentou segui-la por um dia e confessa: falhou fragorosamente. Os grupos musculares são alimentados diariamente com pratos gigantescos e cinco intragáveis suplementos alimentares à base de proteína. Enjoaram? Pois ainda nem chegamos ao treino de musculação. Mirella faz exercícios de agachamento com uma barra de 100 quilos nas costas - o suficiente para deixar a reportagem de VEJA no chão, logo de cara. Para modelar as coxas portentosas, ela empurra com pés e pernas, num instrumento medieval chamado leg press, 300 quilos. A reportagem tentou, não saiu do lugar e foi empurrada para fora da sala de ginástica (e, de dor, passou três dias sem poder andar direito). Mirella tem a força, e se orgulha disso. "Outro dia, tirei o Latino da piscina com um braço só. A Lucilia estava lá e ficou impressionada", conta. Lucilia é a Diniz, herdeira do Grupo Pão de Açúcar e a mais nova grande amiga do casal. Aos intrigantes que esquadrinham a amizade procurando o que não existe, Mirella reserva boas risadas. "O que acontece é que eu e o Latino tiramos a Lucilia daquela vidinha de playboy de São Paulo. E ela adorou a gente", esclarece, chacoalhando as correntinhas. Sim, porque Mirella malha com rímel, base, blush, seis brincos, quatro anéis, três correntinhas, unhas postiças rosa-choque, top, short e meião. Este, esclareça-se, é um modismo característico do Rio, onde o uniforme completo de malhação entre as ratas, ou gatas, de academia consiste em um macacão bem decotado e a tal da meia grossa, branca e esticada até o joelho, igualzinho a Letícia Spiller na novela. Reza a lenda que a mulher que põe silicone ganha o meião para acompanhar o pacote.

Pioneira do pneumático modelo de beleza que agora predomina no Carnaval, Gracyanne Barbosa, 26, rainha da bateria da Unidos de Vila Isabel (e modelo, o que mais?), delineia certa contenção. "Eu fiz escola com esse meu corpo. Mas perdi o limite. Cresci demais e, agora, suavizei", afirma Gracyanne, que planeja aparecer "mais fininha" neste ano. Não que algum ser normal da espécie feminina conseguisse sequer se aproximar do regime carnavalesco de Gracyanne. Ela faz leg press com massacrantes 600 quilos e ingere nada menos que 32 claras de ovo por dia. "Levo a omelete numa marmita e como até dentro do carro", explica. Mesmo na versão suavizada, mede 102 centímetros de quadris, 77 de cintura e 65 de coxa. Não venham, porém, com essa história de moderação para Valesca Popozuda. Com o atributo que lhe valeu o apodo expandido com 350 mililitros de silicone, Valesca, neste ano, aumentou também a prótese dos seios. "Botei quatro-oito-cinco", informa. Dez dias depois da nova cirurgia, ela participou, nua e pintada, de um ensaio da escola Porto da Pedra. Por causa da imprudência, pegou uma pneumonia e passou sete dias internada. "Mas vou desfilar nem que seja de cadeira de rodas", antecipa.


"QUATRO-OITO-CINCO"
Valesca, a maior de todas: depois de aumentar o silicone dos seios para 485 mililitros, a rainha da Porto da Pedra pegou pneumonia e está de repouso. Mas vai desfilar "nem que seja de cadeira de rodas"


Com tantas candidatas dispostas a desdobrar fibra por fibra a musculatura corporal, as altas instâncias carnavalescas precisam fazer certa ginástica linguística. A Mangueira, por exemplo, inventou uma nova categoria de fortonas, a de musa da escola. Uma delas é Nicole Bahls, 24 (currículo: ajudante de palco do Pânico na TV e ex-namorada de Thor, 18, filho de Luma de Oliveira e Eike Batista, com quem terminou porque "era muito cansativo ir todo fim de semana para a casa dele em Búzios, de helicóptero"). Nicole leva muito a sério os preparativos para a função na avenida. "O exercício de quatro apoios é como escovar os dentes para mim; faço todo dia, toda hora", conta. Em um ano e meio, subiu de 48 para 61 quilos graças a uma dieta de crescimento muscular que já incluiu macarrão no café da manhã. Seu diferencial: "Meu silicone é cônico. É melhor que os ovais, porque deixa o peito mais empinado". Ao contrário de outras da musculosa categoria, Nicole avança num assunto proibidão: "Tomo um remedinho que acelera os batimentos cardíacos. Com ele, tenho vontade de ficar dez horas por dia na academia". Uma das colegas com quem vai dividir as honras da avenida, Mariana Souza, 24, prevê que o desfile em posição destacada vai ajudá-la a esquecer um dissabor. Em 2008, foi temporariamente retirada de circulação por envolvimento com clonagem de cartões de crédito e acusada de formação de quadrilha, estelionato, receptação e furto. "Sou inocente. Foi tudo culpa de um amor bandido", esclarece. Alguma dúvida de que o Carnaval das novas e musculosas musas será inesquecível?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Alegria à mesa, tristeza na balança.


Getty
Fim de ano, tempo de comilança e celebração com os amigos e a família em mesa farta. Infelizmente, as consequências são desanimadoras, pois não há como não ganhar peso. Nem como fugir também de algumas dúvidas que nos atormentam assim que as festas terminam: em quanto tempo conseguiremos eliminar os quilos em excesso?; qual a quantidade necessária de exercício para obter resultados efetivos?; existe alguma "dose" de exercício que proteja dos deslizes gastronômicos?

Em estudo realizado na Universidade de Berkeley (EUA) - Williams, P. T. Asymmetric Weight Gain and Loss from Increasing and Decreasing Exercise. Med. Sci. Sports Exercise, vol. 40, No 2, p. 296-302, 2008 -, em que mais de 50.000 participaram dos levantamentos - corredores com variados níveis de quilometragem semanal e performance, de ambos os sexos e com faixa etária entre 20 a 70 anos, há algumas conclusões sobre o assunto:

1) Se o objetivo é emagrecer, seja caminhando ou correndo, isso só começa a ocorrer a partir de uma quilometragem semanal de 32 quilômetros para homens e 16 quilômetros para mulheres;

2) As pessoas que andam ou correm mais de 48 quilômetros semanais têm mais dificuldade para engordar. E, mesmo quando a gordura corporal aumenta, este aumento ocorre em graus consideravelmente inferiores em comparação a indivíduos que se exercitam menos;

3) A velocidade de emagrecimento é muito mais lenta que a de engorda. O estudo demonstra que é necessário se exercitar muito mais do que o nível habitual para se livrar do excesso de gordura acumulado. E, em muitos casos, os quilinhos a mais tendem a fixar residência permanente no indivíduo.

O estudo não aborda a questão alimentar, mas a qualquer tempo o que deve ser levado em conta é que as pessoas tenham pelo menos moderação durante suas refeições.

Um feliz Natal e um ano novo com muita saúde!

Por Renato Dutra


Considerações atuais sobre a suplementação com creatina

A suplementação com creatina é amplamente utilizada por atletas em todo o mundo, sendo formada pelos aminoácidos arginina, glicina e metionina (1).

A síntese da creatina ocorre no fígado, rins e pâncreas, sendo que a suplementação com creatina é geralmente utilizada na forma monohidratada, podendo proporcionar aumentos em sua concentração no organismo (7).

A forma mais tradicional de se utilizar a creatina é começando com cinco dias de sobrecarga (20 g) diminuindo para 5 g nos dias subseqüentes (fase de manutenção)(7).

Entretanto estudos citam que a suplementação de creatina pode-se ser realizada de acordo com o peso corporal, iniciando-se com a fase de sobrecarga (0,3 g/kg) durante cinco ou seis dias seguido de uma fase se manutenção com 0,03 g/kg de massa corporal/dia (8). A creatina também pode ser ofertada ao organismo pelo consumo de alimentos de origem animais(1).

Atletas geralmente utilizam a creatina para o aumento da força, potência e massa muscular. Nesse sentido estudos comprovam que a creatina melhora as aptidões físicas relacionadas à força e potência, além de um possível aumento da massa muscular (6).

Essa melhora tem sido associada ao aumento do volume intracelular de água, que consequentemente aumenta o volume da célula, favorecendo o turnover protéico e promovendo uma maior síntese protéica. (1,2,5).

Porém a creatina pode trazer também um beneficio importante para atletas e pessoas que pratiquem alguma atividade física de alta intensidade. O que acontece é que muitos atletas realizam um alto volume/intensidade de treinamento semanal, o que pode ocasionar aumentos em marcadores de lesão e inflamação muscular.

Estudos têm demonstrado que a suplementação com creatina pode diminuir a concentração de alguns desses marcadores de lesão muscular como CK, LDH, prostaglandina-E2 (3,4).

Esses tais marcadores são utilizados como indicadores de estado de treinamento do individuo. Uma seqüência de aumentos desses marcadores associada a períodos insuficientes de descanso e um planejamento inadequado de treinamento pode prejudicar o sistema imunológico do atleta, acarretando a uma maior probabilidade de infecções virais e até mesmo um quadro de overtraining.

Assim é possível afirmar que a suplementação com creatina pode ir muito além de ganhos de força e massa muscular, e quem sabe novos benefícios não serão descobertos através de artigos científicos.

Por Gustavo Barquilha Joel
Fonte: http://www.fisiculturismo.com.br/artigo.php?id=286&titulo=Considera%E7%F5es+atuais+sobre+a+suplementa%E7%E3o+com+creatina.html

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Faixa elástica: boa, barata e eficiente


Foto: Darcio Tutak
Com o tempo cada vez mais escasso, a faixa elástica (rubber band) pode ser uma boa alternativa para quem quer fazer exercícios com um equipamento compacto e de baixo custo. A faixa pode ser levada para qualquer lugar e permite que o praticante não interrompa seus treinamentos.

Uma recente pesquisa (J. Strength Cond. Res., vol 22, 1441-1448) aponta os efeitos do uso das faixas, numa comparação ao uso de aparelhos de musculação tradicionais. No estudo, 45 mulheres sedentárias de meia idade foram dividas em dois grupos:
- o primeiro fez musculação tradicional em aparelhos, duas vezes por semana
- o outro usou as faixas elásticas, também duas vezes por semana

Os dois grupos realizaram seis exercícios para os principais grupos musculares por sessão; em 3 séries de 8 repetições, durante 10 semanas (dois meses e meio).

Resultados:
- o grupo que trabalhou com as faixas elásticas teve ganho de 0,5 kg de músculos, passando de 40,8 kg de massa magra para 41,3 kg após os exercícios;
- o grupo que usou aparelhos tradicionais teve ganho de 1 kg, passando de 40,1 kg para 41,1 kg de massa magra

O estudo não pretende dizer o que é melhor ou mais eficiente, mas apenas mostrar que as faixas elásticas trazem benefícios. E podem ser uma ótima opção, no mínimo, para quem esteja iniciando na prática esportiva.

Por Renato Dutra