Do GG ao pp

domingo, 14 de junho de 2009

Apartamento esbanja conforto e praticidade em apenas 59 m²


Os novos caixilhos de alumínio (Zooring), trocados com autorização do edifício, priorizam o isolamento acústico. Num trecho do teto, Carlos instalou uma claraboia de vidro (em cima do apartamento há uma parte de laje livre). Na parede, painel de ripas de perobinha (Marcenaria Marupá).
Acabamentos mais claros e porta de correr fizeram o ambiente de 2,90 m parecer maior. Tudo foi milimetricamente escolhido, caso da bancada estreita de marmoglass (Marmoraria Mazzola), com 1,15 m de comprimento e 0,20 m de profundidade. Esse material também está na cuba, no piso e na parede. O espelho segue até o teto e ajuda a trazer amplitude. No boxe, destaque para o chuveiro de teto (Punto) com iluminação colorida. Este ambiente está representado pelo número 1 na ilustração adiante.

Reunidos em 20,50 m², eles se integraram à lavanderia (ao fundo), reforçando a ideia de profundidade. Mas, antes de eliminar as paredes, o arquiteto encomendou o cálculo estrutural a um engenheiro. Em apartamentos enxutos, é preciso ter um programa objetivo. “O morador tem de saber que não caberá um sofá de cinco lugares”, explica Carlos. Para não deixar a cama devassada, instalou-se uma divisória de drywall de 2,27 x 1,80 m. Estes ambientes estão representados pelo número 3 na ilustração adiante.




Esta ilustração ajuda a entender a distribuição dos ambientes, quase totalmente integrados. Note que o piso de madeira de demolição se estende por todo o caminho entre banheiro (1), cozinha (2) e sala/quarto (3).


O piso de madeira de demolição (Ouro Velho) está em quase todo o apartamento, com exceção de um trecho da cozinha – a área de trabalho recebeu ladrilhos hidráulicos impermeabilizados (Dalle Piagge), que facilitam a limpeza. A iluminação cuidadosa é composta de spots embutidos no teto e leds no chão próximo à porta do banheiro. Um pendente (Belux) sobre a área de refeições oferece o sistema RGB, que gera dezenas de cores e diversos cenários.
Ícone da arquitetura paulistana na década de 50, este edifício na avenida Paulista chegou ao auge da decadência quando foi interditado pela prefeitura em 1993 devido a irregularidades na rede elétrica e riscos de incêndio. Anos depois, reformas na fachada, na fiação e na instalação hidráulica foram recuperando o prestígio do prédio e atraindo novos moradores, a exemplo da artista plástica que se encantou ao entrar neste apartamento no 21º andar. “Me apaixonei pela vista”, lembra a dona. Como ela prefere viver com o mínimo, o imóvel de 59 m² estava na medida. A reforma, comandada pelo arquiteto Carlos Saraiva, cuidou de atualizar os acabamentos e aproveitar melhor as áreas com a eliminação de quase todas as paredes. Menor que este apartamento só este dúplex de 55 m²!