O laço forte com a paisagem se insinua nas vidraças panorâmicas da casa erguida em uma área de 100 mil m² nos arredores de Tiradentes, Minas Gerais. Sem excessos, a arquitetura privilegia o aconchego e a quietude da vida simples na montanha.
Por Cristina Bava e Denise Gustavsen
Fotos: Jomar Bragança
Imersa na mata Atlântica, a construção tirou partido da paisagem da serra de São José para oferecer deleite ao casal de moradores. O cientista Eduardo Leser e o designer Curtis Tenório deixaram o Rio de Janeiro em busca de serenidade e decidiram levar uma existência tranqüila em um lugar marcado por silêncio e ar puro. Essa sintonia com a natureza se traduz inclusive na preocupação em devolver cada muda de vegetação nativa ao terreno já meio devastado, um dos grandes sonhos da dupla.O ipê de 50 anos foi integrado ao projeto a pedido dos moradores. Assim, fica abraçado pela varanda.
Treze colunas metálicas com pintura eletrostática dão sustentação à casa.
Na frente da casa, o piso da garagem recebeu placas de cimento pré-moldadas e as paredes de concreto aparente, tinta branca. No canto, a coluna de aço de 4 polegadas apóia um dos lados da laje.
Repare como a viga de metal estrutura as vidraças (Cristal Box) de 10 mm de espessura. A laje foi executada em fôrma de chapas de compensado resinado no formato curvo. Depois foi impermeabilizada com manta asfáltica e recebeu cobertura de placas prémoldadas de concreto de 30 x 120 cm assentadas distantes da laje (4 cm) e apoiadas em barrotes. A solução criou um colchão de ar entre o fundo das placas e a manta, proporcionando conforto térmico.
A laje tem estrutura recuada, com apoio na parte de trás do terreno em desnível (varia de 20 a 90 cm). Ela exibe balanço em uma das pontas.